Definição de entusiasmo
- Ricardo Moutinho
- 2 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
Matematicamente é possível que o homem possa regressar aos mesmos ciclos infinitas vezes, se assim quiser. Afinal, é tudo escolha do homem. Conforme as opções lhe são apresentadas no cenário, ele escolhe por onde ir, e então pode escolher as vias da liberdade, do amor e da verdade, ou por seu oposto, pode escolher as vias do medo, da reverência e da mentira. Tantas quantas forem as vezes que escolher por estas últimas vias, tantas serão as vezes que se encontrará a viver os mesmos ciclos, vezes sem conta, com uma pequena diferença aqui e ali, como se tivesse dentro do mesmo carrocel o tempo todo que está no parque de diversões, vendo apenas algumas mudanças no cenário exterior, porque aqui ao redor e onde eu estou, continua tudo exatamente igual, dando as mesmas voltas pelos mesmos lugares, vezes sem conta. Matematicamente é possível que falhemos infinitas vezes, mas matematicamente também é possível que se acerte, sobretudo se reunirmos o maior número de informações possíveis, para chegarmos à conclusão de onde estamos a falhar. Ok, não se canse, e se me quiser ouvir, sente-se um bocado a ler este texto, pois terei muito gosto em dar-lhe uma chave. Aliás, já lha dei antes. Basta saber com que bases vai fazer as suas escolhas. Liberdade, amor e verdade ou medo, reverência e mentira? Tão simples quanto isso. Quer libertar-se? Dar um salto quântico? Elevar-se? Evoluir? Despertar? Seja lá o que for que você quer, a linguagem que você usa, se é totalmente aluado ou se é terra a terra, se é totalmente cientifico ou totalmente espiritualizado, não interessa muito o que você é, isto é o que no fundo interessa para você tomar realmente conta da sua vida, assumir a sua identidade por inteiro e fazer escolhas em coerência com o que você é. Você é liberdade, amor e verdade, então seja livre, seja amoroso com todos e seja verdadeiro consigo mesmo. Não importa o quanto você ame alguém e o quanto alguém ame você, se não for entendida também a liberdade do outro, o amor que o outro precisa e a verdade do outro. Então respeitemo-nos enquanto portadores destes três pilares e poderemos construir relações melhores à medida que fazemos escolhas melhores. Proporcionemos novas experiências a nós mesmos, largando ciclos viciosos que não nos deixam ser livres, que não nos permitem viver em amor e que não nos deixam sermos verdadeiros connosco mesmos e com os outros. Para isto é preciso um nível enorme de maturidade, de observação e de resiliência que provavelmente ainda estou longe de atingir, mas tê-lo como meta neste momento já me faz sentir um pouco mais vivo do que ontem, e poder continuar a treinar-me para escolher por via da chave liberdade, amor e verdade, e tornar-me coerente com essa escolha, já faz desta parte da minha história um momento interessante, e faz tempo que não me sentia dentro de um momento interessante. Afinal, momentos interessantes são o que dão impulso à vida, são o que a vira de cabeça para baixo, para que possamos deixar cair os velhos ciclos, numa novíssima oportunidade de recomeçar e mudar o ciclo de uma vez. É a verdadeira definição de entusiasmo. É uma força redobrada que não quer ir para lado nenhum, que só se quer manter atenta às oportunidades que surgem, e em cada uma delas analisar o seu potencial máximo para lidar com o evento. Será preciso um elevado nível de loucura - para quê esconder mais aquilo que sou, sim, sou um louco dos grandes, bem ao estilo dos filósofos, cheio de pensamentos sobre tudo e sobre nada, de quem somos e o que fazemos aqui, ao quem fomos e o que fizemos aqui. Sou cheio de teorias reprimidas, atitudes reprimidas, ideias reprimidas, porque quase sempre opto por deixar o louco que sou bem abafado, porque tenho responsabilidades para assumir perante todo um cenário matrix montado à minha volta, e não me solto para me expressar em liberdade, em amor e em verdade, correspondendo às escolhas de medo, reverência e mentira. Se escolho com medo de ser quem sou, reverenciando-me ao cenário e vivo em mentira comigo mesmo e com os outros, então fico preso às mesmas experiências, com medo de sair do carrocel e de não saber o que estará lá fora. Mas deixe-me que lhe diga, quando se sai do carrocel, a sensação de medo pode ser transformada em uma sensação de liberdade, e então, uma coisa levará à outra, porque dentro dessa liberdade o amor terá espaço para se manifestar, e a verdade para se expandir, e então a escolha certa será a de deixar-se cair, como num precipício, para um fluxo que seja o mais natural possível, onde a observação e a atenção estão redobradas e potencial mental está multiplicado, para aproveitamento do que aí vem, seja lá o que for que aí vem... é a verdadeira definição de entusiasmo...
Abraço,
Ricardo Moutinho

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